É necessário estar sempre embriagado. Tudo aí está: é a única questão. Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que quebranta os vossos ombros e vos curva em direção à terra, deveis vos embriagar sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiserdes. Mas embriaguai-vos.
(Baudelaire)
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Eu nunca vou esquecer o dia
que ele quebrou meu coração,
e ele nunca vai esquecer o dia
que eu encontrei alguém pra consertá-lo.
(:
que ele quebrou meu coração,
e ele nunca vai esquecer o dia
que eu encontrei alguém pra consertá-lo.
(:
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
E a dureza de grana é real. Mas que fazer? Somos de Letras. E lemos. Na maior parte das vezes, lemos livros. Que são caros - e o circuito se repete...
(Bith)
(Bith)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
"Alguém pede continuamente uma certa flor,
e esta flor não existe mais para lhe ser dada.
Você não acha inteiramente sem esperança?"
(Drummond)
*e eu comparo essa flor ao amor.
e esta flor não existe mais para lhe ser dada.
Você não acha inteiramente sem esperança?"
(Drummond)
*e eu comparo essa flor ao amor.
sábado, 8 de outubro de 2011
Deixei atrás os erros do que fui
Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exato nem feliz.
Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.
Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.(Fernando Pessoa)
Cada um
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.
Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.
Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
Nada mais nos é dado.(Ricardo Reis, in "Odes"
Heteronimo de Fernando Pessoa)
Heteronimo de Fernando Pessoa)
Alegria, alegria
Caminhando contra o ventoSem lenço, sem documentoNo sol de quase dezembroEu vou
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores
Amores vãos
Eu vou
Por que não?
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe, até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não? Por que não?
(Caetano)
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores
Amores vãos
Eu vou
Por que não?
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe, até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não? Por que não?
(Caetano)
Desdém
Andas dum lado pro outro
Pela rua passeando;
Finges que não queres ver
Mas sempre me vais olhando.
É um olhar fugidio,
Olhar que dura um instante,
Mas deixa um rasto de estrelas
O doce olhar saltitante...
É esse rasto bendito
Que atraiçoa o teu olhar,
Pois é tão leve e fugaz
Que eu nem o sinto passar!
Quem tem uns olhos assim
E quer fingir o desdém,
Não pode nem um instante
Olhar os olhos d'alguém...
Por isso vai caminhando...
E se queres a muita gente
Demonstrar que me desprezas
Olha os meus olhos de frente!...
"(...) é através da paciência que nos purificamos, em águas mansas é que devemos nos banhar, encharcando nossos corpos de instantes apaziguados, fruindo religiosamente a embriaguez da espera no consumo sem descanso desse fruto universal, inesgotável, sorvendo até a exaustão o caldo contido em cada bago, pois só nesse exercício é que amadurecemos, construindo com disciplina a nossa própria imortalidade, forjando, se formos sábios, um paraíso de brandas fantasias onde teria sido um reino penoso de expectativas e suas dores (...)"
(Raduan Nassar)
"(...) O mundo das paixões é o mundo do desequilíbrio, é contra ele que devemos esticar o arame das nossas cercas, e com as farpas de tantas fiadas tecer um crivo estreito, e sobre esse crivo emaranhar uma sebe viva, cerrada e pujante, que divida e proteja a luz calma e clara da nossa casa, que cubra e esconda dos nossos olhos as trevas que ardem do outro lado (...)"
(Raduan Nassar)
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Se pra você
as lembranças ainda
são constantes
Se pra você
ainda não faz sentido
-uma história mal resolvida-
Se mesmo com ela
Você ainda escreve
sobre momentos únicos
de nós
Se uma caixinha de madeira
ainda traz lembranças
de um passado tão presente
(mesmo que não exista
mais nada lá dentro)
alguma coisa aí dentro
(nessa escuridão)
ainda brilha...
as lembranças ainda
são constantes
Se pra você
ainda não faz sentido
-uma história mal resolvida-
Se mesmo com ela
Você ainda escreve
sobre momentos únicos
de nós
Se uma caixinha de madeira
ainda traz lembranças
de um passado tão presente
(mesmo que não exista
mais nada lá dentro)
alguma coisa aí dentro
(nessa escuridão)
ainda brilha...
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